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Série de 11 páginas sobre histologia e imunohistoquímica do hipocampo humano normal em material de autópsia. Página índice da série. Clique para HE, LFB-Nissl, imunohistoquímica para neurônios : MAP2, NF, SNF, cromogranina; para astrócitos : GFAP, VIM; para vasos : CD34; para micróglia : CD68, HAM56. Texto sobre estrutura do hipocampo, texto e esquema sobre conexões do hipocampo. |
Destaques da imunohistoquímica para CD68. | ||
Células microgliais no giro denteado. | Nos setores hipocampais CA1, CA2, CA4 | Na substância branca subcortical de CA1. Vaso e macrófagos |
Na fímbria do hipocampo | Em área de infarto cortical | No plexo coróide. Células intravasculares |
Idem, entre o capilar e o epitélio coróide | Atravessando o epitélio coróide | Entre as vilosidades (no líquor ventricular) |
CD68 no hipocampo. CD68 é largamente empregado como marcador de macrófagos (para breve texto, clique). No sistema nervoso central, marca a micróglia, células de linhagem macrofágica residentes entre os neurônios e células da glia. astrócitos e oligodendrócitos, todos de origem neuroectodérmica. A micróglia foi originalmente descrita por del Rio Hortega nas primeiras décadas do século 20 usando técnicas de impregnação argêntica em cortes de congelação. Hoje, a imunohistoquímica para CD68 provê um método simples e barato de demonstração da micróglia em cortes de parafina. Examinamos os vários setores do hipocampo e giro denteado e encontramos numerosas células microgliais com sua morfologia característica. A estrutura mais rica foi o plexo coróide, assim como uma pequena área de infarto cortical. Abaixo, um segmento do giro denteado e do setor CA4 do hipocampo e sua população de micróglia destacando-se em marrom escuro. |
Giro denteado. Células da micróglia insinuadas entre neurônios da camada granulosa do giro denteado. Apresentam núcleo pequeno, alongado ou às vezes arredondado, citoplasma escasso que se resolve em poucos prolongamentos curtos e pouco ramificados. A morfologia das células microgliais foi semelhante nos vários setores estudados. | |
Setor CA4. Para anatomia dos setores do hipocampo, clique para texto e lâminas de HE, LFB, MAP2, NF. Aqui, as células ficam dispersas no neurópilo entre os neurônios polimórficos de CA4. | |
Setor CA1, CA2. As células microgliais arranjam-se casualmente entre os neurônios piramidais, na maioria esparsas no neurópilo, mas não raro muito próximas dos neurônios, parecendo pequenos satélites. A orientação do eixo celular é ao acaso. | |
Setor CA1, porção inferior (extraventricular). Neste segmento proximal de CA1, na transição para o subículo, micróglias concentram-se na interface entre substância cinzenta e branca. |
Setor CA1, porção inferior (extraventricular) - substância branca subcortical. Aqui observamos células microgliais regularmente dispersas em meio aos elementos da substância branca, como os axônios mielínicos (não distinguíveis aqui, ver LFB-Nissl, e núcleos das demais células da glia, principalmente oligodendrócitos. A morfologia é muito semelhante ou idêntica à já notada nas áreas de substância cinzenta acima (setores do hipocampo e giro denteado). É notada uma pequena veia e seu espaço de Virchow-Robin, com vários macrófagos enfileirados ao longo da adventícia. |
Vaso e macrófagos. Os macrófagos aderidos à adventícia desta pequena veia subcortical têm a morfologia clássica de células arredondadas e sem prolongamentos citoplasmáticos. Marcam-se fortemente para CD68, como a micróglia. É discutível se estaria chegando ou saindo do sistema nervoso. Ver o plexo coróide, abaixo, rico em micróglias em posição extravascular, algumas das quais parecem 'sair do plexo' para entrar no líquor. | |
Fímbria do hipocampo. Este proeminente trato de substância branca, considerado uma das principais vias de conexão do hipocampo, é formado principalmente por vias eferentes (ver esquema). CD68 mostra que a fímbria é muito rica em micróglia, semelhante à substância branca subcortical documentada acima. Os axônios estão cortados transversalmente; para visualizá-los, ver neurofilamento. Os núcleos são na maioria de oligodendrócitos. Para vê-los em HE, clique. Para ver os astrócitos nesta região, clique em GFAP. Para a fímbria, fórnix e corpos mamilares em peças anatômicas, clique. |
Infarto. O encontro desta pequena área de infarto no giro parahipocampal foi providencial por permitir estudo da reação microglial, bem como da reação astrocitária. Os astrócitos gemistocíticos reacionais são documentados em HE, mas com maior nitidez em GFAP e vimentina. Aqui, em aumento fraco, notamos concentração de células microgliais muito superior à das áreas vizinhas normais, com delimitação abrupta. Atribuímos o infarto ao espessamento da parede e redução da luz da pequena artéria meníngea adjacente à lesão. |
Células microgliais na área de infarto. Guardam feições morfológicas muito próximas às células normais observadas na substância branca e cinzenta do hipocampo, demonstradas nos quadros acima. Esperaríamos células mais semelhantes a macrófagos, arredondadas, com citoplasma amplo ou xantomatoso, mas poucas eram assim. A maioria mantinha a morfologia habitual, com prolongamentos curtos e pouco ramificados. Uma possibilidade é que a lesão foi relativamente suave, levando à perda dos neurônios, mas ainda permitindo preservação da estrutura básica do tecido. Assim, não teria resultado em tanto material necrótico que estimulasse fagocitose intensa. Astrócitos gemistocíticos são também observados, mas em tom pálido, pois a reação para CD68 não se destina a demonstrá-los (ver astrócitos em GFAP e VIM). | |
Plexo coróide. Um aspecto inesperado, até surpreendente, neste preparado para CD68 foi a quantidade de células microgliais no plexo coróide. Foram numerosas, tanto nas vilosidades como entre elas. Havia imagens altamente sugestivas de células atravessando a vilosidade para penetrar no líquor. Como a paciente não era portadora de doença infecciosa que pudesse estimular a migração microglial ou macrofágica para o sistema nervoso, admitimos que o observado se trate do tráfego normal de mononucleares através do plexo. Admitimos como mais provável que as células provenham do sangue e penetrem no plexo, atravessem as camadas e passem ao líquor e não em sentido inverso. Para plexo coróide em outras técnicas, e outras páginas (1)(2)(3)(4), clique. |
Células
marcadas dentro de vasos.
Vasos maiores continham agrupamentos de células positivas para CD68, presumivelmente monócitos ou leucócitos. |
Células marcadas entre endotélio e epitélio coróide. Havia muitas células marcadas situadas no tecido conjuntivo frouxo entre o endotélio e as células epiteliais secretoras de líquor. É tentador sugerir que estas células macrofágicas CD68 positivas tenham atravessado o endotélio e estejam 'na espera' para cruzar a barreira epitelial, o que se observa em quadro seguinte. | |
Células marcadas 'em trânsito'. Algumas células foram surpreendidas entre duas células epiteliais, sugerindo que estivessem no ato de cruzar a barreira epitelial e penetrar no espaço entre as vilosidades, portanto, no líquor do ventrículo. | |
Células
marcadas fora das vilosidades.
Células aparentemente soltas entre as vilosidades, algumas arredondadas como macrófagos, outras mantendo seus prolongamentos curtos e morfologia microglial. Como estão fora das vilosidades coróides, é claro que se encontram no líquor ventricular. |
HE | LFB-Nissl | MAP2 | |
Página índice da série | |||
NF | SNF | Cromogranina | GFAP |
VIM | CD34 | CD68 | HAM56 |
Textos : Estrutura do hipocampo, |
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Agradecimentos. Cortes histológicos e HE pelo técnico Aparecido Paulo de Moraes. LFB-Nissl pelo técnico Sérgio Roberto Cardoso (in memoriam). Preparações imunohistoquímicas realizadas no Laboratório de Pesquisa pelas técnicas Ana Claudia Sparapani Piaza, Luzia Aparecida Magalhães Ribeiro Reis e Arethusa de Souza. Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP |
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