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Cérebro adulto normal. Aspecto externo |
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Para mais páginas
desta série - cérebro
adulto normal, aspecto externo; artérias
da base e círculo de Willis; nervos
cranianos; rombencéfalo
- cerebelo e tronco cerebral; cortes
axiais seriados; fatia axial isolada;
cortes
coronais seriados; face medial
dos hemisférios cerebrais; cortes
parasagitais seriados, cérebros
de recém-nascido a termo e prematuro.
Índice alfabético das estruturas indicadas em todas as páginas da série, com links. Mais páginas de neuroanatomia e neurohistologia normais (graduação, complementos). |
Destaques. | ||
Cérebro - convexidade | Face lateral | Face posterior |
Rombencéfalo, face inferior | Granulações aracnóideas | Sem meninges |
Giro frontal inferior | Cérebro - base | Sem artérias |
Sem rombencéfalo | Mesencéfalo inferior | Mesencéfalo superior |
Clique para índice alfabético das estruturas demonstradas nesta página, com links às figuras. Literatura consultada. | ||
Comentário
geral. Estas páginas
utilizam fotos de cérebros humanos adultos normais fixados em formol.
Destinam-se aos nossos residentes de Anatomia Patológica, para auxiliar
no estudo neuropatológico de seus casos de autópsia. Revelam
aspectos habituais no exame rotineiro, contemplando as estruturas encefálicas
mais comumente identificadas. Os espécimes foram obtidos na casuística
corrente do Departamento de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP,
em autópsias de cadáveres falecidos de causas não
neurológicas.
Exame do cérebro em autópsias. O cérebro retirado do cadáver fresco é mole e pesa cerca de 1200 g. Deve ser logo colocado em recipiente com 5 litros de formol a 20% para fixação (1 litro de formol comercial em 4 litros de água de torneira). O formol penetra lentamente no órgão ao longo dos dias, endurecendo-o e permitindo cortes para exame das partes internas e busca por lesões. Tal exame é virtualmente impossível no cérebro a fresco, devido à consistência extremamente friável do tecido nervoso. Antes de imergir o cérebro em formol, deve-se passar um fio de cordonê fazendo uma laçada em volta do mesencéfalo, ou sob a artéria basilar. Preferimos a primeira opção, que é a que menos deforma a anatomia. O cérebro fica então suspenso no líquido, sendo as extremidades do barbante presas na borda do recipiente. A providência é necessária para impedir que cérebro repouse no fundo da vasilha, o que tem dois inconvenientes - 1) achata a convexidade cerebral e 2) dificulta a penetração do fixador. A permanência em formol deve ser de no mínimo uma semana. Em casos com edema difuso pode-se trocar o formol após 3 dias. Não há inconveniente em se fixar por até 2 semanas. Mais que isso, pode prejudicar a imunohistoquímica, se necessária. Antes do corte do cérebro, recomenda-se retirar do formol, mergulhar em água de torneira na mesma vasilha usada para a fixação, e deixar sob filete de água gotejante por 24 horas. Isto retira a maior parte do formol, cujos vapores irritantes tornariam desconfortável o exame dos cortes. A lavagem pode estender-se por até uma semana, após o que fungos saprófitas contaminam a superfície. |
Cérebro
visto pela convexidade, face superior.
Reconhecem-se 3 lobos, frontal, parietal e occipital. O lobo temporal não
aparece, sendo visível pela face lateral
e pela base.
O limite entre os lobos frontal e parietal é dado pelo sulco central ou de Rolando, que corre ao longo de toda a convexidade até o sulco lateral ou de Sylvius. Geralmente não chega até a fissura interhemisférica, ficando separado desta pelo lóbulo paracentral, um giro que conecta junto à linha média o giro pré-central (área motora) e o pós- central (área sensitiva somestésica). O limite entre os lobos parietal e occipital é dado por uma projeção ideal do sulco parieto-occipital, bem nítido na face medial. No lobo frontal reconhecem-se, além do giro pré-central, os giros frontal superior, médio e inferior, que correm em direção ântero-posterior, separados pelos sulcos frontal superior e inferior. |
Cérebro
visto pela face lateral.
Nesta é possível visualizar os 4 lobos dos hemisférios cerebrais. O lobo frontal situa-se adiante do sulco central ou de Rolando e acima do sulco lateral ou de Sylvius. O lobo occipital é delimitado por uma linha imaginária que projeta, na face lateral do hemisfério, o sulco parieto-occipital, só visível na face medial. O lobo temporal é delimitado pelo sulco lateral ou de Sylvius, continuado posteriormente por outra linha imaginária até o meio do limite do lobo occipital. |
Cérebro visto pela face posterior. Observam-se os polos occipitais e a fissura interhemisférica, local, no cérebro in situ, da foice do cérebro. Os lobos occipitais são separados da fossa posterior pela tenda do cerebelo. O cerebelo é formado por uma porção mediana delgada, o vermis, e duas massas volumosas laterais, os hemisférios cerebelares. Entre estes encontra-se a fissura posterior do cerebelo. A porção mais inferior de cada hemisfério cerebelar, junto à linha média e ao bulbo, corresponde às amígdalas cerebelares, que podem sofrer herniação pelo foramen magno em casos de aumento de volume do encéfalo (ver hérnia de amígdalas). Entre as amígdalas e a face posterior do bulbo encontra-se a cisterna magna, a de maior volume, recoberta por uma fina película de aracnóide. Detalhes. | |
Face inferior do rombencéfalo - amígdalas cerebelares, bulbo, cisterna magna. |
Face
inferior do rombencéfalo, outro exemplo.
Neste espécime, a aracnóide que recobre a cisterna magna está melhor preservada, permitindo visualizar a tênue membrana opalescente que fecha a cisterna. |
Cisterna magna e aracnóide, outro caso. |
Granulações
aracnóideas ou de Pacchioni.
Enquanto o cérebro está in situ, estas vilosidades esbranquiçadas, lembrando pequenas papilas ou dedos de luva, projetam-se para a luz do seio sagital superior ou de veias tributárias. Funcionam como pequenas válvulas, através das quais o líquor do espaço subaracnóideo filtra passivamente para o sangue venoso do seio, movido pela pressão liquórica. |
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Com
a retirada do cérebro, a dura-máter permanece aderida ao
crânio, e as vilosidades, pertencentes à aracnóide,
são desinseridas.
Meningiomas são tumores comuns do cérebro, originados nas células da aracnóide. A abundância de granulações aracnóideas nesta topografia explicaria a alta freqüência dos meningiomas parasagitais ou parafalcinos. Para exemplos, clique. |
Hemisfério
cerebral após remoção das leptomeninges.
As leptomeninges, aracnóide e pia-máter, recobrem toda a superfície do encéfalo e da medula espinal. A aracnóide, externa, não penetra nos sulcos e reentrâncias, e forma como que uma bolsa que contém o líquor, onde flutua o cérebro. Já a pia-máter acompanha toda superfície cerebral e medular, penetrando em cada depressão. Entre aracnóide e pia-máter está o espaço subaracnóideo, preenchido pelo líquor secretado pelos plexos coróides. Para histologia das leptomeninges normais, clique (1) (2). Obs. A dura-máter fica aderida à calota craniana quando da retirada do encéfalo e não vem junto com este. |
Superfície
cerebral sem meninges.
Neste preparado, as leptomeninges foram removidas do hemisfério cerebral direito, junto com os vasos do espaço subaracnóideo, artérias e veias. Sem as leptomeninges, o relevo normal dos giros e sulcos se destaca, facilitando a identificação anatômica. |
No espécime abaixo, o giro pré-central (pintado em amarelo) não é contínuo, sendo dividido por uma extensão do sulco frontal superior. Os giros pré- e pós-central são unidos junto à linha média pelo lóbulo paracentral. O lobo frontal é dividido pelos dois sulcos horizontais frontal superior e inferior nos giros frontal superior, médio e inferior. O mesmo se diga do lobo temporal. Nos lobos parietal e occipital o padrão giral é menos esquemático, e os giros se distribuem mais ou menos aleatoriamente, com grande variação entre espécimes, sendo difícil individualizá-los e nomeá-los. |
Superfície cerebral sem meninges, face lateral. |
Cérebro visto pela base. Na base do encéfalo, antes da retirada do rombencéfalo (cerebelo + tronco cerebral), reconhecem-se os lobos frontal e temporal, separados pela fissura ou sulco lateral, ou de Sylvius (ou fissura silviana). O terço posterior é ocupado pelo rombencéfalo. Aqui vemos a face inferior dos hemisférios cerebelares. Do tronco cerebral observam-se a ponte e o bulbo. O mesencéfalo, muito curto, não aparece neste ângulo. As proporções entre os 3 segmentos do tronco é melhor vista em corte sagital. Entre as principais estruturas notadas na face ventral do cérebro, estão os bulbos e nervos olfatórios (primeiro par craniano), o quiasma óptico e o hipotálamo, artérias componentes do círculo de Willis (aqui a artéria comunicante anterior), a artéria basilar e a artéria vertebral esquerda. Para o cérebro visto pela base após a retirada do rombencéfalo, clique. Para mais detalhes sobre os vasos da base e nervos cranianos, clique. |
Base do cérebro, segmento anterior e região quiasmática. |
Cérebro visto pela base, outro espécime. | |
Cérebro
visto pela base,
após retirada das artérias. |
Face
anterior do rombencéfalo
após retirada das artérias da base. |
Base
do cérebro, após secção do mesencéfalo.
Após a retirada do rombencéfalo, pode-se observar, na face inferior dos hemisférios cerebrais, os lobos frontal, temporal e occipital. Esquematicamente, reconhecem-se nos lobos temporal e occipital três giros que cursam em direção ântero-posterior. Mais lateral é o giro temporal inferior, vindo em seguida o giro occípito-temporal lateral ou fusiforme e o giro occípito-temporal medial. Este continua-se anteriormente com o giro parahipocampal, cuja extremidade anterior, em forma de gancho, é o uncus. |
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Há dois sulcos principais em direção ântero-posterior, separando os três giros. O sulco occípito-temporal separa o giro temporal inferior do giro occípito-temporal lateral. O sulco colateral separa o giro occípito-temporal lateral ou fusiforme do giro occípito-temporal medial/parahipocampal. |
Mesencéfalo
inferior,
seccionado na parte mais inferior, bem junto à ponte, ao nível do colículo inferior e da decussação do pedúnculo cerebelar superior. A cisterna ambiens contorna todo o mesencéfalo, e por ela cursam as artérias cerebrais posteriores (ocultas na peça ao lado). |
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Na parte posterior do mesencéfalo, ao nível da cisterna da placa quadrigêmea, sai a veia cerebral magna ou de Galeno, responsável pela drenagem de sangue de toda a parte interna dos hemisférios cerebrais, e que se continua pelo seio reto. Para ver estas estruturas em imagens de angioressonância venosa, clique. |
Base do cérebro, após secção do mesencéfalo, outro caso. |
Mesencéfalo
inferior, com decussação dos pedúnculos cerebelares
superiores.
O mesencéfalo é muito curto, tendo no total apenas cerca de 1 cm. O local habitual de secção para a retirada do rombencéfalo é na metade inferior, mostrada ao lado, com os colículos inferiores e a decussação. Um corte logo acima já atinge os núcleos rubros e os colículos superiores (a seguir). Para mais espécimes e lâminas coradas para mielina de mesencéfalo, clique. |
Mesencéfalo
superior, com núcleos rubros.
Cerca de 0,5 cm acima do plano anterior, em vez da decussação do pedúnculo cerebelar superior observa-se na porção central os núcleos rubros, que são o destino dos mesmos pedúnculos. Os colículos são os superiores (não mais os inferiores). Demais estruturas permanecem. Para cortes do mesencéfalo junto com o cerebelo, e de outros níveis do tronco cerebral, clique. |
Índice
alfabético de estruturas
Amígdala
cerebelar (5)(6)(7)(18)(19)
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Glândula
pineal (25)
Granulações aracnóideas ou de Pacchioni (8) Hemisfério cerebelar (3)(5)(13) Hipotálamo (13)(23) Infundíbulo hipofisário (14)(15)(17) Lobo frontal (1)(3)(13) Lobo occipital (1)(3)(10) Lobo parietal (1)(2)(3)(10) Lobo temporal (2)(3)(10)(13) Lóbulo paracentral (1)(10) Mesencéfalo (21)(23) Nervo abducente (VI) (16)(18)(20) Nervo acessório (XI) (6) Nervo facial (VII) (16)(18)(19)(20) Nervo glossofaríngeo (IX) (18)(19)(20) Nervo oculomotor (III) (16) Nervo óptico (II) (16)(17)(23) Nervo trigêmeo (V) (16)(18)(19)(20) Nervo vago (X) (6) Nervo vestíbulo-coclear (VIII) (16)(18)(19)(20) Núcleo rubro (25) Oliva bulbar (19)(20) Pineal (25) Pirâmides bulbares (19)(20) Placa quadrigêmea (24) Plexo coróide do IV ventrículo (19)(20) Polo occipital (2)(5) Ponte (13)(18) Quiasma óptico (13)(14)(15)(16)(17)(23) Recesso lateral do IV ventrículo (20) Substância negra (23)(24)(25) Sulco bulbo-pontino (18)(20) Sulco central ou de Rolando (1)(2)(4)(10)(12) Sulco colateral (21) Sulco frontal inferior (2) Sulco frontal superior (1)(2) Sulco lateral ou de Sylvius (4)(10)(12)(13)(21) ramos anterior, ascendente (12) Sulco occípito-temporal (21) Sulco olfatório (21) Sulco parieto-occipital (projeção) (1) Sulco pós-central (2) Sulco pré-central (1)(2) Talo hipofisário (14)(15)(17) Tenda do cerebelo (posição) (5) Trato olfatório (13)(14)(15)(16)(21) Trato óptico (15)(17)(23) Trígono olfatório (14)(15) Tuber cinéreo (15)(17) Tubérculo grácil (6) Uncus temporal (14)(21)(23)(25) Veia cerebral magna ou de Galeno (21)(22) Veia tributária do seio sagital superior (9) Ventrículo, quarto (6) Vermis cerebelar (5) |
Peças do material
de autópsias do
Departamento de Anatomia Patológica da FCM- UNICAMP,
fotografadas em parte com auxílio dos técnicos Dário
Bernardo da Silva e Fábio Fernandes da Silva.
Bibliografia :
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Outras páginas da série | |||
Atlas
de Neuroanatomia Macroscópica para Patologistas
Índice alfabético das estruturas listadas, com links às figuras |
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Cérebro adulto normal, aspecto externo | Artérias da base e círculo de Willis | Nervos cranianos | |
Cerebelo e tronco cerebral, cortes axiais seriados | Cérebro adulto, cortes axiais seriados | Cortes axiais, outro espécime | Cérebro adulto, cortes coronais seriados |
Cérebro adulto, linha média | Cérebro adulto, cortes parasagitais seriados | Cérebro normal de recém-nascido a termo | Cérebro normal de recém-nascido prematuro |
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